Whitman quando escreveu Song of Myself, talvez não tivesse idéia da extensão que seu poema teria para os dias de hoje. Todos vivem em algum grau, tensões para ser o(a) autor(a) de si mesmo, em um mundo que prima pela negação desta prerrogativa. Ter a posse de si mesmo exige mais que informação, mas sem educação, saúde, respeito e dignidade, esta posse definha e se perde.
Quando deixamos de ser nossos próprios autores, somos levados por informações falsas, promessas vazias e crenças em falsos deuses ou demônios. Neste caso, passamos a depositar neles e não em nós mesmos, a responsabilidade e o compromisso para nos tornarmos melhores do que somos, sabendo que, jamais venceremos este desafio vivendo em uma sociedade que produz miséria e abandono e faz dela seus maiores aliados para aquisição de votos.
O IPEA recentemente publicou dados sobre o estupro no Brasil. Diante disto, uma enorme quantidade de pessoas se posicionou. Hoje temos a informação de que os dados estavam errados. Com isto, aprendemos que podemos nos enganar se seguimos o FALSO, esteja ele em que campo estiver, quando o transformamos em verdadeiro. Como autores (as) teremos mais chances de viver em uma sociedade que ganha com o engano e a ludibriação para fomentar rivalidades. Autores e Autoras não rivalizam, dialogam, cooperam e se solidarizam.
