terça-feira, 2 de abril de 2013

OS ROCHA MIRANDA, A CHIFON E SUA LOJA NO LEBLON.



A criatura ficou no imaginário como um ser aterrorizante. O criador ficou isento disto. A beleza da criatura está no drama de sua vida, e a monstruosidade do criador, na vaidade daquele que busca méritos e não mede esforços para isto.

Ontem, quando chegamos a delegacia, para prestar um outro depoimento, o inspetor nos falou que o processo que havíamos iniciado, tinha sido arquivado. Nos disse que a delegada não estava. Nosso advogado pediu uma cópia do parecer de arquivamento, para dar entrada em um outro processo junto a Corregedoria, contra a delegada. O inspetor retornou a sala da delegada, que não só apareceu, como disse que o processo não havia sido arquivado. ” Isto foi um mal entendido”, disse ela.

Contratamos um perito civil para inspecionar o local onde a obra está sendo feita. Este perito, bem como, o corpo de bombeiro e a defesa civil, concordam que o corte da laje não poderia ser feito do modo como fizeram os operários da obra. Contudo, a obra continua. Percebi pelo modo como tudo se fazia, e desfazia, que havia algum tipo de interferência, não visível a meus olhos, que dia-a-dia, ia desarticulando nosso trabalho junto as instancias pelas quais transitávamos. A policia, o corpo de bombeiro e a defesa civil, estão mais próximas dos cidadãos, do que a prefeitura. Esta ultima não fiscaliza, e seus prazos para tal, só dão margens para ardis e malandragem.

Diante deste cenário, partimos para o judiciário com uma nova tentativa. Hoje, uma juíza deliberou nova pericia, que nos custou R$ 5 000, 00 , enquanto que, a da policia custou R$ 450,00. Pagamos por ambas. A diferença é que os níveis de influência se reduzem no judiciário.

Já se passaram 5 dias desde que, nós residentes no prédio, onde a obra acontece, nos revezamos para receber policiais, peritos, ir a delegacia prestar depoimentos, ao fórum para despachar com juiz. Na rua um dos lojistas comentou: “vocês não vão conseguir nada. Os donos desta loja são os ROCHA MIRANDA, eles são tão ricos quanto Eike. E os donos da CHIFON, são ricos também.” Isto justificaria a impotência e preguiça para fazer valer seus direitos. Este conformismo chapa branca, atravessa esta cidade de norte a sul, leste a oeste, mantendo tudo como está. Todo mundo reclama, mas não quer resolver seus próprios problemas.

Foi necessário irmos até o judiciário para tratar de uma obra que não foi aprovada em Assembléia do Condomínio, não tem licença nem alvará, não tem projeto de cálculo nem responsável no local, funciona com operários sem carteira de trabalho e equipamentos de proteção. Todos os representantes do estado viram isto, e ninguém embargou a obra. Se existem chances para um cidadão desta cidade, ela está no judiciário, pois os demais seguimentos que atendem a população, estão comprometidos com um outro tipo de trabalho, segundo o qual, só os ricos, influentes e com poder, manipulam como querem.

Quando você abrir uma revista onde vê ricos, influentes e poderosos, pense na relação que cada um deles tem como os problemas que você vive no seu cotidiano. A impotência está associada a admiração que cada um nutre por seu algoz, tomando-o com modelo a ser seguido.