
Eu não conseguia parar de ver seus olhos. Bastava fechar os meus, para que os teus se abrissem diante de mim. Eu tentava escapar deles, mas um deles me olhava fixo, imóvel, ausente. Eles estavam sempre ali, e sem que eu menos esperasse, se manifestavam, me pediam algo, e abortavam no instante seguinte. Já não sabia mais o que eles queriam de mim. Por um devaneio qualquer me deixei levar para além de onde estou.
Hoje, tento resgatar a mim mesmo. Faço um esforço colossal para me salvar de seus olhos. Nesta hora, bom seria ter o escudo de Perseu, para tirar de ti todo amor que despertou em mim.