segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O FUNDO



Eu sabia que nenhum deles poderia me dizer onde eu estava.
Como poderiam, se nenhum deles havia estado ali?
O que me fazia sentir que eu estava onde me encontrava, era exatamente isto: entender que somente eu poderia saber de mim mesmo.

Embora nem eu mesmo soubesse que lugar era aquele, 
Pois eu não conhecia um nome para dizê-lo.
Ele se materializava através da angustia que me causava.

Depois de algum tempo, descobri que o fundo nunca terá palavras para dizê-lo. Ele é o que em mim foi furtado de saber.
Percebi que estava só. Apenas eu poderia encontrar nomes para dizer-me.

Passado a angustia, ouvi a musicalidade do fundo.
Eu pude escuta-la e quando isto aconteceu, vi tudo diferente do que  me haviam dito.
Eu me divertia batendo o martelo no silêncio até que dele, uma palavra nascesse.

A estranheza a e solidão, devagarinho construíram meu mundo.
E nele só conseguia entrar quem o entendia,
Não era preciso defende-lo dos invasores.

O fundo me mostrou o essencial para o meu viver:
Amizade, alegria e o desejo de querer me ver no outro bem.
Toda vez que eu ia ao fundo, meu mundo crescia.

SN
Carnaval/2013