segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

CRISTAIS



Stendhal, chama de cristalização tudo aquilo que projetamos sobre um objeto, tornando-o distinto do que ele é. Tudo isto para tentar oferecer soberania ao desejo, para que ele governe sobre a realidade. Ele usa como exemplo, o que acontece com um graveto que é lançado dentro de uma mina de sal. Passado algum tempo, já não se vê mais o graveto, apenas os cristais.

Me parece que a Beleza, de algum modo, é herdeira das minas de sal, pois estamos mais ligados ao que ela nos evoca do que no próprio objeto que a serve de suporte. Conectar-se com o que se idealiza, parece fazer parte do destino humano, pois o valor maior está no bem estar que esta conexão libera, do que propriamente no objeto que a viabiliza. Sem saber disto, muitos tomam um graveto por cristal.


SN