quarta-feira, 13 de junho de 2012

IRMÃOS



Quando olho esta foto, me lembro de nós como uma unidade. Eu te protegia e o queria bem. Fomos crescendo e nossos caminhos nos levaram a lugares distintos, principalmente dentro de nós mesmos. Eu passei a vê-lo como um estranho, um desconhecido. Era difícil admitir que a inveja nos havia envolvido daquele modo. Depois de um tempo, passamos a nos odiar, creio que este era o maior desejo de mamãe. Se alguém me perguntasse o que havia acontecido, eu responderia: nada.

Eu me perguntava, como é que o jeito de ser, poderia ser a razão pela qual dois irmãos se odiariam tanto. Mamãe nos queria diferentes um do outro, porque assim, ela teria os dois só para ela. Juntos poderíamos nos proteger do egoísmo, ressentimento e da crueldade velada de mamãe. Mas separados, você não suportou, eu me culpava por isto, apesar de saber que ninguém consegue salvar quem não deseja ser salvo.

Me sobraram apenas as memórias do dia em que passamos debaixo deste cobertor. A alegria nos envolvia quando estávamos na casa de vovó, mas com mamãe, era apenas miséria e solidão.

SN

COVARDE


"Pois a flecha não fere os covardes."

Homero.


Homero escreveu esta frase em uma parte da Iliada. Neste poema, ele se referia a coragem necessária para nos tornamos melhores do que somos. Heitor, o personagem em questão é o mais citado dentro de seus 15 693 versos. Um personagem pouco falado, mas que ao ser morto por Aquiles, se torna o melhor dos homens. O cenário é a guerra de Tróia, uma guerra em que uma mulher (Helena) é raptada por Paris, irmão de Heitor.

 Já se pensou nesta guerra como um evento histórico. No ano de 1870, historiadores europeus a disseram lendaria. Posteriormente, aqueólogos acharam ruinas do que se poderia considerar Troia. Homero, tanto na Iliada quanto na Odisseia, valorizava a figura do herói como sendo um gladiador do espírito. Heitor não era um PM, ou PE, PA mas alguem que assumiu o lugar de Paris, na luta contra Aquiles, o mais temido dos guerreiros. E morreu por isto. A covardia se referia a atitude de Paris, que raptou Helena, e a manteve dentro das fronteiras de Tróia, e deixou seu irmão Heitor morrer em um combate que não era o seu.

BELEzA

Já foi dito que a beleza é a melhor carta de recomendação. Mas, também foi dito que a beleza sem a verdade e o bem, é apenas um ídolo. Abraão tinha rusga com ídolos. Mas o que ainda não foi dito, é o que a beleza esconde. A beleza se presta para afastar a confusão na qual vive o sujeito que a usa, um certo grau de desorientação que o leva a pensar que a beleza o salvara da falta de sabedoria que o determina. Petrônio comentou que é muito raro encontrar a sabedoria acompanhada da beleza.

As coisas podem ser bonitas, elegantes, suntuosas, grandiosas, atraentes, mas enquanto não falam a imaginação não são belas. Por ser incapaz de imaginar, o sujeito compra a imagem que o a propaganda lhe vende, como se ela fosse protege-lo da ignorância da imagem que o aprisiona.
Sobre a raposa, Fedro dizia: "Ó quanto é bela, mas não tem cérebro".