Minos, para manter-se no trono precisava combater seus irmãos. Cada poder, para sustentar-se, usa ardis. Minos pede ajuda a Posseidon, que lhe envia um touro branco, como sinal de apoio. A esposa de Minos, enfeitiçada por Afrodite, se apaixona pelo touro, e se traveste numa vaca, fabricada por Dédalo. Parsifae copula com o touro e dá a luz ao Minotauro. Minos convoca Dedalo, um exímio artifice, para construir um local onde o Minoutaro viveria. Assim, foi erguido um labirinto.
O mundo em que vivemos se transformou num enorme labirinto, construído para manter o poder da esquerda, da direita, do centro e tantos outros. Irmãos tomam partido contra irmãos, e se tornam inimigos. O Minotauro servia para comer os inimigos de Minos, ele devorava humanos, apenas. O que são as ideologias senão devoradoras de juízo?
Dédalo cria um labirinto no qual verdade e mentira deixam turvo o juizo daquele que não sabe que direção seguir. Devotos de Minos o defendem enquanto opositores são devorados. Quem crê em Minos, se distancia da fraternidade e não vê as alianças e traições, em torno das quais se constituiu e se manteve seu governo. Não existe estado sem labirinto, sem Minotauro, sem Parsifae, sem Minos ou Dédalo.
Afora isto, as ideologias, sejam elas de que ordem for, são representantes de Posseidon, que exigem governança em detrimento dos interesses comunitários. O tempo não nos reinventa, só serve para revelar um pouco mais sobre nós mesmos.
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